Wavves

Dificilmente eu vou escutar um disco desse ano que eu ache tão legal quanto esse do Wavves. E eu digo legal no sentido literal da coisa. Cool mesmo. Atitude punk, pegada meio surf nas principais faixas e um clima despretencioso que simplesmente me lembra como costumava ser legal gravar guitarras e vocais distorcidos num 4-track e mostrar pros amigos, quando eu tinha lá meus 18 anos.

Na verdade, este projeto de Nathan Williams é basicamente isso, com um justificado Hype que seguiu o lançamento do primeiro LP. Um cara de 22 anos que está se divertindo pra caralho, bebendo todas e cancelando shows por ter exagerado na dose. A "banda" é composta apenas por guitarra e bateria e, se por um lado tem sido comparada a inúmeros outros grupos que vêm apostando nessa estrutura atualmente (
no age, japandroids e por aí vai) por outro tem um quê de ultra-honestidade nesse aparente "desleixo" que torna a figura de Nathan tão empática quanto a sua música, o que destaca Wavves dentro deste cenário.

Seja o que for, esse CD é quase irresistível. A tracklist se constrói de forma orgânica mais até pelos "interlúdios" noise (em faixas como
Rainbow Everywhere, Goth Girls e Kllr, Punx, Scary Demons) do que pelos versos e refrões catchy de Bech Demon, To the Dregs, So bored e No hope Kids. Na verdade, talvez seja esse equilíbrio entre o noise e o pop que sustente o disco. Despretencioso? Sim...mas não alienado. Wavves, no fim das contas, talvez soe original, mesmo lembrando 500 mil outras bandas. A resposta para isso eu não sei se está na autenticidade do rapaz ou numa certa ansiedade (minha e de muitos outros) em escutar algo que realmente soe despreocupado e menos mamãe-quero-ser-hype com maneirismos indie e sintetizadores. Enfim...

Assistam ao clip de
No hope Kids aqui pra ver se dá pra entender o que eu estou querendo dizer e ter um gostinho. Se gostarem, baixem o disco aqui.