No Age - Everything in Between


Eu gosto pra caralho de No Age. Acho que é por causa dessa sonoridade meio específica, assim, em algum lugar bizarro entre My Bloody Valentine e Blink 180. No Age é uma banda nova fazendo um som muito particular, justamente por digerir referências tão díspares quanto punk-pop californiano, noise e indie num só disco. Já era assim no disco anterior, o Nouns, mas no Everything in Between, a "cozinha" que segura as faixas é bem mais sofisticada. Não num sentido técnico ou instrumental, mas na construção de uma "imagem" mesmo.

O mais interessante é que neste disco tem uma separação mais marcada entre duas metades. A primeira é mais ágil, nervosa e melódica. A segunda, a partir da faixa Katerpillar, é mais "espacial", deixando bem clara essa idéia da "cozinha"; ambientações sonoras super concretas e fortes, construídas sempre com elementos muito simples. Geralmente, só riffs de guitarra cheios de efeitos sobrepostos e, quando muito, uma batida quebrada já dão conta do recado (tem um pianinho também, no caso de Positive Amputation). E é assim em todas as faixas, mas na segunda metade, especialmente na sequência: Sorts, Dusted e Positive Amputation, a estrutura instrumental deixa mais forte a capacidade da banda de criar ambientes e climas sonoros.

Everything in Between é ao mesmo tempo simples e denso, agressivo e apaziguador, sujo e bonito. Um puta disco, de uma das minhas bandas favoritas dos últimos anos.