Wavves - King Of The Beach


2010 chegando ao fim e, graças a deus, eu também vou chegando ao limite de discos novos que eu consigo ouvir e postar no blog. Muita coisa boa saiu, especialmente neste segundo semestre e, pra organizar as coisas e me preparar psicologicamente para as traumatizantes listinhas de melhores do ano das principais publicações, já vou começando a fazer uma retrospectiva neste blog dos principais discos que me chamaram a atenção e sobre os quais não tive tempo ainda de comentar. Isso significa que, daqui até o fim do ano, só postarei coisas que eu curti demais, continuo ouvindo e que, sem dúvida, incluirei na minha desimportante e egocêntrica listinha de melhores do ano.

Desta vez falo do segundo disco do Wavves, banda do "pós-adolescente" Nathan Williams, devidamente apoiado, desta vez, pela "cozinha" do falecido Jay Reatard. Eu já tinha falado sobre o primeiro disco da banda ano passado e, relendo o post, nem há muito a acrescentar. Este King Of The Beach é ao mesmo tempo uma sequência melhorada e surpreendente do primeiro àlbum e um trabalho que, individualmente, merece ser colocado ao lado das melhores coisas que eu ouvi esse ano. Em diálogo talvez com o Halcyon Digest do Deerhunter (sobre o qual devo falar um pouquinho semana que vem), este disco traz uma das coisas que devem marcar positivamente o ano de 2010; indie-rock amparado por um 60`s pop revival. É só ouvir faixas como When Will You Come, Convertible Baloon e Baby Say Goodbye pra sentir que eu não tô falando bobagem. Neste segundo trabalho, Wavves continua com a veia adolescente indie-punk nas faixas mais enérgicas (como Idiot, Green Eyes e a própria faixa-título), mas aponta para essa direção interessantíssima do rock sessentista nos arranjos e nas principais melodias.

Wavves continua soando muito "cool", não exigindo, e às vezes sequer permitindo, leituras mais elaboradas. É legal, e ponto. Não vale a pena ficar citando como que o Nathan Williams é um frito que cancelou shows por estar fora de si de tão drogado ou por ter machucado a mão andando de skate. Isso é assunto pra publicação folhetinesca de música ficar noticiando e analisando, como se a maturidade musical do rapaz dependesse de suas atitudes fora dos palcos e dos estúdios. O que acontece é que Rock and Roll é isso aí. Wavves soa bem, e vai evoluindo dentro de sua proposta justamente por não se preocupar com o que os outros pensam ou dizem sobre o seu trabalho. Como ele mesmo diz em uma das letras desse disco, "I`d say I`m sorry / but it wouldn`t mean shit"! Então que se foda.

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