"Noel Rosa, poeta da vila, cronista do Brasil"


Em 11/12/1910 nascia Noel de Medeiros Rosa, que viria a se tornar uma das matrizes estéticas da música popular brasileira. Adepto do mais indiscreto, ácido e inconfundível sarcasmo, com o qual zoou tudo que se movia, inclusive ele próprio, seus complexos, sua fragilidade e seu coração partido pela paixão impossível por Ceci," a musa-prostituta, inspiradora de tantos clássicos inesquecíveis. Inesquecível mesmo deveria ser o incrível legado que Noel nos deixou em seus curtos 27 anos de vida. 229 canções, a matriz do samba moderno e um verdadeiro manifesto de uma arte essencialmente brasileira. Noel foi o anti-herói brasileiro em sua essência. Feio, pobretão, malandro-romântico, caloteiro, vigarista, e também vitima. Noel denunciou nossas desigualdades e desmandos com a arma mais poderosa de todas; um sarcasmo afiado, quase anárquico e libertario. No ano de seu centenário, esse livro que ganhei da minha namorada de aniversario é uma das homenagens mais legais a essa figura histórica, cuja importância, mais de 80 anos após sua morte, ainda não é devidamente reconhecida. Viva Noel! Por muitos e muitos centenários mais!