Pio Lobato - Tecnoguitarradas


Se você e daqueles que acha que Tecnobrega, Guitarrada e outros ritmos paraenses são uma merda, e diz isso sem nunca ter ouvido nada do Pará que não seja Banda Calypso, então talvez esse post seja pra você. Isso porque Pio Lobato é um artista diversificado, que parte da tradição da guitarra Paraense (sim, é uma tradição extremamente sofisticada e forte) para trafegar por outros universos estéticos.

Neste álbum, a proposta é bem clara: batidas de Tecnobrega com solos e arranjos de Guitarrada, na melhor escola dos mestres (Vieira, Aldo Sena e por aí vai). Pio assume os dois estilos como pontos de partida para, já a partir da primeira faixa (a brilhante Tecno da Saudade), radicalizar em outros elementos. Ele escancara a influencia de surf music com
seus solos melódicos, adicionando também, junto à simplicidade da batida de fruity loops do techno paranse, outros elementos de música eletrônica, ousando no uso de loops de guitarras com efeitos. A ultima faixa, Piracurupira, é um forte exemplo disso, estruturada a partir de uma batida eletrônica seca (meio trip hop até) e de um loop de guitarra constante, adornado por efeitos e climas criados pelas sonorizares diversas de sua guitarra.

Pio Lobato, ao homenagear sua escola de composição e técnica, produz uma obra contundente, capaz de agradar até quem torce o nariz para a originalíssima música paraense. E mais: talvez seja o melhor guitarrista brasileiro em atividade (depois do Mestre Vieira, e claro), influente por suas misturas inusitadas e certeiras e por sua técnica apurada e simples, com a qual compõe temas de guitarra que simplesmente não saem da sua cabeça.

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