Ta! Admito, o muleque eh foda! Reouvi os eps tbm, mas acho que deu a liga pra mim definitivamente foi o lp. Me incomodava aquele lance de trabalhos recortados, sei la, sou um kra de lp, rs.
Agora bateu e eu entendi sua onda. Essa mulecada ta fazendo uma parada beem louca, e meio alheia tbm...bem particular. Vc sabe de onde vem as influencias, mas eles parecem nao prestar mta referencia nao. Geracao AC, talvez?
Agora bateu e eu entendi sua onda. Essa mulecada ta fazendo uma parada beem louca, e meio alheia tbm...bem particular. Vc sabe de onde vem as influencias, mas eles parecem nao prestar mta referencia nao. Geracao AC, talvez?
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Então, pelo que eu sei ele tem formação clássica (piano parece), então eu assimilo muito o minimalismo clássico mesmo (Steve Reich, Terry Riley) e até música eletroacústica talvez.. Essa coisa dele samplear as vozes também é um troço que o Reich começou a fazer, claro que muita gente antes do blake fez isso mas sei lá, ele me lembra algo meio primitivo mesmo, que remete ao reich, e o mais bizarro é ele fazendo tudo isso dentro do dubstep, eletrônico, ou que pelo menos partiu do dubstep pra chegar em outra coisa, por isso acho que é um troço todo a parte mesmo.
Mas são só suposições também, nunca procurei saber exatamente as referências dele, e acho que nem entendo o suficiente de música pra ir supondo, mas acho que é essa mistura do clássico primitivo com o pop (os samples) usando a linguagem do eletrônico mesmo.
Mas são só suposições também, nunca procurei saber exatamente as referências dele, e acho que nem entendo o suficiente de música pra ir supondo, mas acho que é essa mistura do clássico primitivo com o pop (os samples) usando a linguagem do eletrônico mesmo.
Na verdade, eu nem conheço tão bem essas paradas que vc citou (Steve Reich, ex). Mas na verdade eu acho que tem um lance meio primitivo sim, só que, talvez, o motivo seja outro.
Imagine você, que um cara como um James Blake, aos 19 anos de idade, já ouviu mto mais coisa do que eu ou você, quando tínhamos a idade dele. Mesmo que a gente tenha corrido atrás de praticamente tudo que a gente sempre quis ouvir e não podia antes da internet, eu acredito que rola uma coisa meio restritiva. A gente hesita muito mais antes de produzir algo, fica catalogando as coisas, decantando influências etc.
Às vezes fica difícil apontar as influências no James Blake simplesmente porque parece que ele deixa todas elas guardadas em uma gaveta e, ao produzir, mistura com total despudor uma coisa como Dubstep com vocoders que lembram Reich, samplers e synths que lembram Kraftwerk, e por aí vai. O Dubstep, por sinal, parce ser só um ponto de partida mesmo, diluído pra caralho em outras coisas.
Eu acho que é um pouco por aí, e o James Blake é só a ponta do iceberg. Tem esse Nicolas Jaar, numa onda parecida, só que remetendo mais a Aphex, Vilalobos e Kraftwerk etc. Me impressionei bastante também com o Tyler, the Creator, fazendo um hip hop absolutamente despudorado, blasfematório e alheio a inúmeros paradigmas do próprio gênero (é politicamente incorreto, polêmico e até simples e gratuitamente desagradável, às vezes). Enfim, acho que tem uma nova geração tomando as rédeas, e a gte tá meio que observando de longe, sem saber como reagir...
Também não consigo dissociar esse processo meio "livre" do JB e etcs da referência contemporânea de Daft Punk, Animal Collective e por aí vai.
Sei lá...só pensando...
Imagine você, que um cara como um James Blake, aos 19 anos de idade, já ouviu mto mais coisa do que eu ou você, quando tínhamos a idade dele. Mesmo que a gente tenha corrido atrás de praticamente tudo que a gente sempre quis ouvir e não podia antes da internet, eu acredito que rola uma coisa meio restritiva. A gente hesita muito mais antes de produzir algo, fica catalogando as coisas, decantando influências etc.
Às vezes fica difícil apontar as influências no James Blake simplesmente porque parece que ele deixa todas elas guardadas em uma gaveta e, ao produzir, mistura com total despudor uma coisa como Dubstep com vocoders que lembram Reich, samplers e synths que lembram Kraftwerk, e por aí vai. O Dubstep, por sinal, parce ser só um ponto de partida mesmo, diluído pra caralho em outras coisas.
Eu acho que é um pouco por aí, e o James Blake é só a ponta do iceberg. Tem esse Nicolas Jaar, numa onda parecida, só que remetendo mais a Aphex, Vilalobos e Kraftwerk etc. Me impressionei bastante também com o Tyler, the Creator, fazendo um hip hop absolutamente despudorado, blasfematório e alheio a inúmeros paradigmas do próprio gênero (é politicamente incorreto, polêmico e até simples e gratuitamente desagradável, às vezes). Enfim, acho que tem uma nova geração tomando as rédeas, e a gte tá meio que observando de longe, sem saber como reagir...
Também não consigo dissociar esse processo meio "livre" do JB e etcs da referência contemporânea de Daft Punk, Animal Collective e por aí vai.
Sei lá...só pensando...
arthur, tem mais alguma coisa pra falar? eu vou postar JB no blog e tava pensando em usar essa conversa...pode?
hehe pode postar, não sei se alguma coisa que eu falei faz algum sentido, mas serve como suposição.
Acho que a palavra, tanto para o blake, tyler e etc é essa mesmo, despudor. E de fato essa é uma característica de uma certa geração que ouve de tudo e que não nivela nada por baixo (indie, hip hop, pop, rnb, tecnobrega e por ai vai). Acho que eu só me abri musicalmente mesmo faz pouco tempo, uns 2 ou 3 anos talvez, e é como viver em um mundo a parte mesmo, é como ter um ouvido clínico ou coisa do tipo, algum segredo pode estar escondido em QUALQUER coisa, e é uma relação diária com a música e com tudo. Mas o mais incrível mesmo do Blake é que ele anda decantando tudo isso para o pop, todos esses segredos do minimal, dubstep, hip hop e o que mais ele escute, meio o que o AC fez com o noise do começo e com o que culminou no merrie weather.. claro que o blake anda só começando mas já da pra enxergar algo do tipo, essa relação entre a vanguarda (minimal, dubstep) e o pop (canção, ritmo).
Aliás, ele lançava uns remix de hip hop com o nome de Harmonimix http://www.youtube.com/watch?v=udB6m3uuDOM
Vinicius Cabral 23 de fevereiro às 19:34
Acho que a palavra, tanto para o blake, tyler e etc é essa mesmo, despudor. E de fato essa é uma característica de uma certa geração que ouve de tudo e que não nivela nada por baixo (indie, hip hop, pop, rnb, tecnobrega e por ai vai). Acho que eu só me abri musicalmente mesmo faz pouco tempo, uns 2 ou 3 anos talvez, e é como viver em um mundo a parte mesmo, é como ter um ouvido clínico ou coisa do tipo, algum segredo pode estar escondido em QUALQUER coisa, e é uma relação diária com a música e com tudo. Mas o mais incrível mesmo do Blake é que ele anda decantando tudo isso para o pop, todos esses segredos do minimal, dubstep, hip hop e o que mais ele escute, meio o que o AC fez com o noise do começo e com o que culminou no merrie weather.. claro que o blake anda só começando mas já da pra enxergar algo do tipo, essa relação entre a vanguarda (minimal, dubstep) e o pop (canção, ritmo).
Aliás, ele lançava uns remix de hip hop com o nome de Harmonimix http://www.youtube.com/watch?v=udB6m3uuDOM
Vinicius Cabral 23 de fevereiro às 19:34
Pra completar, acho que adquirir esse ouvido clínico pra nós é um exercício. Pra essa nova geração, por sua vez, é tão simples quanto entrar no you tube.
E acho que isso acontece porque crescemos ouvindo muita coisa que era considerada "lixo" quando optamos pelo "alternativo". Mas, com uma espécie de abertura de consciência, uma galera como eu e você hoje em dia busca em Timberlakes' da vida (do presente ou os do passado) coisas interessantes, dentro do "mainstream", que sempre vimos como algo absolutamente massificante, gratuito e de baixo nível.
Hoje em dia não só publicações, como também alguns artistas, mixam livremente referências díspares e, muitas vezes, colocadas em oposição por muito "hipster de raiz". É o caso de Kanye West chamando Bon Iver e Rhianna pra cantar em um mesmo àlbum.
Acho que a gente ainda está assimilando este contexto, mas teremos que assimilar logo, por os "James Blake's" vieram pra ficar...
E acho que isso acontece porque crescemos ouvindo muita coisa que era considerada "lixo" quando optamos pelo "alternativo". Mas, com uma espécie de abertura de consciência, uma galera como eu e você hoje em dia busca em Timberlakes' da vida (do presente ou os do passado) coisas interessantes, dentro do "mainstream", que sempre vimos como algo absolutamente massificante, gratuito e de baixo nível.
Hoje em dia não só publicações, como também alguns artistas, mixam livremente referências díspares e, muitas vezes, colocadas em oposição por muito "hipster de raiz". É o caso de Kanye West chamando Bon Iver e Rhianna pra cantar em um mesmo àlbum.
Acho que a gente ainda está assimilando este contexto, mas teremos que assimilar logo, por os "James Blake's" vieram pra ficar...